Um grito desesperado de uma alma visionária

E se vê acorrentado, desesperado, preso em novas teias ainda mais complexas e de resistência titânica. Teias essas que movem contra a vontade (não sabendo até qual ponto) a grande maioria a fazer algo que ninguém, simplesmente ninguém, sabe ao certo a quem agrada. Não há volta, não há ascendência, só há mais confusão e mais desespero. Por conhecer muito, por querer aprender. Por querer ver mais longe do que diziam ser o limite do horizonte. Aquela pobre criança vê que além das belas colinas redondinhas, muito bem desenhadas, enfeitadas com linda cobertura verde e cortada por límpidos riachos que refletiam o celeste do céu, havia apenas miséria e sofrimento, havia dores, buracos e barracos. Decepcionado e indignado, não desejava voltar. Contaminado pela compaixão, se quis ir mais longe, até descobrir que nada que fizesse poderia mudar a realidade. Descobriu que facilmente pode se mascarar aquilo tudo, e que isso é feito tantas vezes ao dia, que se torna quase concreto. Quase. Lembrava agora disso, isso o movia. Se sentir dor que não é dele. Não fecha os olhos, não adormece, já diziam, se bobear ,morre.
Não há razão para reclamar do caminho que escolheu por vontade própria.
Mas às vezes, no chão, no baixo, ouvem-se os gritos de uma alma que, angustiosamente, procura soluções
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