Primeiro Dia




Já muito cansado das horas sem dormir e da incrível pressão psicológica que enfrentara, sua mente tentara pregar peças em si.
Não há razão para isso, volte enquanto ainda há tempo, esqueça essa besteira que enfiara para se esconder de tua vergonhosa vida, ainda pode concertar tudo, são detalhes que sempre aconteceram, não se aventure por ai.
Será que estava certo? Arriscando muito para algo sem fundamentos, quem sabe devesse fazer assim como lhe fora recomendado, esperar mais um pouco até que as coisas se acalmem e possam resolver tudo isso com uma boa conversa telefônica e tudo, simplesmente tudo, voltaria a normalidade.Nada de errado poderia contecer....
Mas não, ele era diferente! Lavou o rosto com água fria imaginando lavar-lhe a alma e os maus pensamentos, afinal, era normal da natureza humana desistir ao se encontrar frente de uma grande dificuldade a ser vencida. Ele sabia disso. Ele não era como os outros que poderiam até pensar em sair de suas rotinas por uma missão nobre, mas que eram freiados pelo horripilante medo de nunca mais encontrar uma rotina satisfatória. De fato, não há rotinas satisfatórias, há apenas aquelas que nos acostumamos mais facilmente, e essas por sua vez, parecem-nos agradar, achamos que gostamos delas e assim nos acomodamos.Ele não. Não ele.
Sabe que saiu de sua rotina com o mesmo medo de qualquer ser humano, mas estava feliz agora pois isso lhe traria alegria em dias que ainda viriam. Nunca se sentiu tão firme e tão certo como agora. Tinha um sonho, um amor, tinha a razão e tinha uma causa nobre. Vai voltando a si.
Somos nós quem criamos os obstáculos de nossos caminhos, é nosso lado interno que busca evitar uma mudança com medo das consequências. Assim sendo, só nós mesmos podemos acabar com eles.